Caetano e Jorge Amado pelas lentes de Zélia Gattai
Ao Poeta
"Para Caetano Veloso, no seu 50 anos de vida e criação, nosso amor e os votos de saúde e bom trabalho. Ao altíssimo poeta, na vida das tripas de Gregório, boca do inferno; de Castro Alves, na praça do povo; de Cecéu, na volúpia do éxito; de Luiz da Gama, nas dores, nos valores da senzala, ao trovador nascido de Dorival Caymmi, cantor das graças da Bahia, e de João Gilberto
Voz em surdina e em ternura
À poesia e ao canto
À cantiga e à modinha
Ao protesto, à luta e
Ao sonho de Caetano,
Nossa gratidão.
Caetano da Bahia,
Ou igual de Glauber,
O irmão de João Ubaldo,
Uma barsa de Gilberto Gil,
Voz do povo,
Face do povo,
Coração e tripa,
Milhões do povo.
Ao irmão de Bethânia e Gal,
Pai de Moreno e de Zeca,
Ao namorado e ao amante,
Ao filho de seu Zeca de Dona Canô,
Ao menino de Santo Amaro,
O amor de seus devotos
Zélia e Jorge Amado".
Poesia publicada em 08 de agosto de 1992 no Jornal do Brasil.
Essa gratidão poderia ter sido escrita por um grande poeta em um impávido momento de inspiração após assistir a live que Caetano Veloso fez.
Lá vimos poesia, canto, luta e sonhos. Nós sentimos a tal gratidão.
Mas na verdade esse texto foi publicado no Jornal do Brasil no ano 1992, também vindo da máquina de escrever de grandes poetas.
A dupla que assina a poesia é nada menos Zélia Gattai e Jorge Amado.
Hoje, Jorge Amado completaria 108 anos. O tropicalismo muito deve a ele também.
Agradecimentos especiais ao blog Caetano Veloso... en detalle que digitalizou o recorte da poesia original do jornal.
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